O mercado de usados é
dinâmico. Segundo a associação das revendedoras (Fenauto), a venda de seminovos
(aqueles carros com até 3 anos de uso) caiu, enquanto a venda dos carros entre
9 e 12 anos de idade subiu.
Porém, a aquisição de carros
mais rodados exige cuidado redobrado.
São
veículos com a quilometragem entre 100 mil e 150 mil km. Aqui não há dúvidas de
que o estado deste carro dependerá dos antigos proprietários, tanto em relação
ao cumprimento das manutenções periódicas, como a forma de uso. Cabe até aquela
famosa frase “me diga com quem andas e te direi quem tu és”.
Geralmente,
veículos que rodam em estrada costumam estar em melhores condições do que
aqueles que rodam apenas em centros urbanos. Mas não podemos generalizar.
Se
está de olho em um carro com essa idade, vamos ao que importa. Você tem que
focar nos itens mais significativos, pois eles vão dizer efetivamente quanto
vale o carro que você está comprando.
Esqueça
risquinhos na pintura, manchas no banco, tabela Fipe. O valor de um carro com
alta quilometragem está relacionado muito mais ao estado geral de conservação
do que propriamente ao ano/modelo.
É
preciso fazer um pente fino no motor, câmbio e suspensão.
Esses itens, caso necessitem
de manutenção pesada, podem deixar sua situação financeira comprometida,
principalmente se sua ideia for financiar parte do valor do bem.
Começando pelo motor, puxe a
vareta do óleo e verifique se está no nível. Se estiver com o nível baixo,
“cartão amarelo”. O consumo de óleo frequente (mais de um litro por mês) é um
grande indicador de motor cansado.
Verifique também se o óleo não
está esbranquiçado, este é um sinal de que a água do sistema de arrefecimento
está contaminando o lubrificante, e talvez exija uma retífica de cabeçote.
Motor falhando e a fumaça cinza azulada no escapamento é o golpe de
misericórdia. Pule fora do negócio!
Se o câmbio for manual, a
verificação é a seguinte: Com o carro parado, acelere até 2 mil rotações por
minuto. Preste atenção nos ruídos de rolamentos, pise na embreagem e perceba se
eles diminuem a ponto de você dizer “nossa, que alívio”.
Quando os rolamentos estão
ruins, o barulho incomoda. Porém, ao pisar no pedal de embreagem, eles param de
girar, indicando que eles são os causadores do ruído.
Faça diversos testes de
rodagem, em diversas condições de piso e inclinação, para ver se nenhuma marcha
escapa. Se possível, pegue o começo de uma estrada, e veja se não há zunidos em
velocidades acima de 80km/h. Tudo isso pode ser indicativo de problemas.
Um carro com cerca de 130 mil
km também pode possuir uma caixinha de surpresas chamada câmbio automático.
Se o
vendedor possuir notas fiscais indicando a troca de óleo, a probabilidade de
ter problema é menor do que um câmbio mecânico.
Agora, se o antigo
proprietário nunca trocou o óleo desse cambio, você vai se sentir sentado em
uma mesa de roleta de um cassino. Alguns poucos fabricantes indicam a troca do
óleo do câmbio com mais de 100 mil km. A grande maioria recomenda a troca a
cada 40 mil km. Consulte o manual.
Suspensão cansada a gente
percebe andando com o carro, não adianta enfiar a cabeça de baixo do carro,
dificilmente quem não é do ramo consegue identificar alguma coisa errada.
Comprar
um carro com quilometragem mais alta sem dar uma volta é dar chance para o
azar.
Na hora do test-drive, nada de
avenidas com asfalto liso. Procure ruas com buracos, valetas, lombadas e fique
atento aos ruídos.
Na checagem final, verifique
as luzes do painel como airbags, ABS e luz da injeção. Não caia na conversa de
“gasolina suja”. Pode até ser verdade, mas não feche o negócio enquanto o
painel não estiver com todas as luzes apagadas.
Aliás, o fato de não ter nenhuma
luz acesa, não significa necessariamente que está tudo em ordem. Para não ficar
com algum problema lá na frente, você pode solicitar que o sistema seja checado
através de um scanner. Se houver alguma informação de anomalia armazenada no
módulo, ela aparecerá.
Se você ainda não se sente
seguro em comprar o carro, procure um mecânico para auxilia-lo. O custo de uma
assessoria é muito pequeno quando comparado ao prejuízo que você pode ter com
uma compra malfeita.
Fonte: G1
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