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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Greve no Detran trava setor de revendas e já compromete pagamento de 13º salário

O presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado (Agenciauto), Ricardo Laub, teme que as revendedoras não consigam pagar a primeira parcela do 13° dos funcionários por conta da greve dos servidores do Detran-MT, que daqui uma semana completará dois meses.

Presidente da Agenciauto, Ricardo Laub
Segundo ele, a greve implica diretamente nas vendas, com prejuízo estimado em R$ 350 milhões, somente em outubro. Ocorre que as revendedoras não estão conseguindo fazer transferências de documentação dos veículos, mesmo a autarquia alegando que os serviços funcionam parcialmente.

"Se você observar se vende hoje mil veículos, pode chegar a R$ 350 milhões. Ou seja, sem a transferência a gente perde muito mais do que isso. Cada carro custa cerca R$ 35 mil, você bota aí 10 mil carros, pode chegar a R$ 400 milhões, em termos de faturamento bruto. Fora a cadeia produtiva, a gente perde com despachante, borracheiro e assessórios", exemplifica.

Ao todo, são 1,2 mil lojas revendedoras de veículos em Mato Grosso, com cerca de 60 mil funcionários atuando na venda de carro usado.

“O prejuízo é muito maior. Nós estamos com medo agora de não pagar a primeira parcela do 13°, porque estamos há dois meses sem conseguir vender carro, em um dos melhores momentos que nós temos para poder vender. Agora, a culpa não é da diretora, é uma insensibilidade por parte dos servidores. Nós compreendemos a luta deles. Não somos contra os direitos deles, mas é lógico que a gente repensa quando eles prejudicam 60 mil famílias. Começamos a achar que tem alguma coisa errada”, pondera ao RD News.

De acordo com Ricardo, as revendedoras faturam cerca de 24 mil veículos por mês em relação à transferência no Detran, mas em setembro o número chegou a 8 mil. “Quer dizer, um terço do que naturalmente a gente vende. Houve uma queda muito grande. A greve é responsável por isso, principalmente o sindicato da categoria. A diretoria do Detran está tentando impedir a greve e o sindicato esquece que tem uma cadeia produtiva com 60 mil funcionários”, ressalta.

Nesta linha, aponta que o que ajuda na venda de automóveis, quanto às transferências, são as vistorias. Segundo ele, os bancos não pagam os financiamentos sem este serviço nos veículos. “Se não transfiro a documentação, você não me paga, fica nesse impasse, geralmente o cliente vai comprar em outro Estado.”

A greve iniciada em 11 de setembro por reajuste salarial teve autorização do Tribunal de Justiça para corte de pontos. 

Outro lado

Sobre o serviço de transferências, o Detran-MT informa que cerca de 10 unidades, contando com a sede, estão atendendo todos os serviços, 24 atendem parcialmente e 38 não estão atendendo. A Ciretran de Primavera do Leste é uma das unidades que está funcionando parcialmente devido à paralisação dos serviços.
Na unidade funcionam emissão de licenciamento, de taxa, e esta semana retornou a abertura do processo de renovação de CNH. A transferência de veículos ainda não está fazendo. Este serviço foi retomado na sede da autarquia em Cuiabá, em Rondonópolis e em mais nove unidades, mas em Primavera ainda não foi possível.

Prejuízos

De 11 de setembro a 29 de outubro de 2016 a arrecadação do Detran-MT foi de R$ 39,2 milhões, no mesmo período deste ano a arrecadação foi de R$ 30 milhões. Houve uma redução de R$ 9,1 milhões durante a greve se comparado com o ano passado.


Fonte: RD News
Matéria feita pela Alexandra Lopes.

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