Rio - O setor automobilístico no Brasil
mostra tendência de crescimento nos próximos anos. A análise é do coordenador
do MBA em Gestão Estratégica de Empresas da Cadeia Automotiva na FGV, Antonio
Jorge Martins.
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Com novas estratégias, montadoras devem experimentar crescimento do mercado automobilístico, apostando em mudança de comportamento do consumidor |
Segundo ele, a chegada de fabricantes no
país nos últimos anos é um indício dessa previsão. "Cabe salientar que,
mesmo diante de uma queda acentuada no período 2014/2016 no mercado brasileiro
de automóveis (36%) e de caminhões (68%), nenhuma grande montadora do setor
anunciou a sua saída do Brasil. Em termos tecnológicos, devemos avançar nos
próximos exercícios, pois os diferenciais de atuação em mercados competitivos
(o Brasil tende a caminhar nessa direção) passam a ser as inovações",
esclarece.
Questionado sobre como essa tendência
deve se concretizar, mesmo com o desinteresse dos jovens em adquirir veículos próprios,
o professor da FGV destaca o número de empresas que vão oferecer mobilidade.
Segundo o especialista, o mercado se voltará para as mais diversas camadas da
sociedade que hoje possuem dificuldades de locomoção, como idosos e crianças.
"O setor automotivo tende a concentrar seus esforços na prestação de
serviços, deixando de focar exclusivamente em produtos. A expectativa reinante
é que a área de serviços passe a representar cerca de 30% da receita total das
montadoras do setor", analisa.
O especialista diz ainda que a estratégia
dos fabricantes do setor caminha para desenvolver demandas de conectividade,
design e motorização. A preocupação com este último item se volta para
sustentabilidade. É o caso, por exemplo, da eliminação de combustíveis fósseis
como a gasolina e diesel, além de economia. "Quanto à conectividade, que
tende cada dia mais a ser um diferencial, o top deste pilar representará o
carro e o caminhão autônomos", prevê o professor da FGV.
Redução de preços
Em relação ao preço de um carro, que
atualmente é alto, Antonio Martins afirma que a estratégia governamental deverá
se valer bastante do aumento da competitividade entre as empresas do setor para
promover a redução dos preços praticados. "Vale ressalvar que setores que
possuem evolução tecnológica tendem a apresentar crescimento real dos preços
praticados, tendo em vista a necessidade de amortizar os investimentos
tecnológicos em um prazo cada vez menor, tendo em vista a constante
evolução", ressalta.
Mercado
O mês de julho encerrou com 420.809
veículos novos e usados financiados, aumento de 10% em relação ao mesmo período
do ano passado. Os dados consideram automóveis leves, motos e pesados. Desse
total, foram vendidos a crédito 148.997 veículos novos, avanço de 3,2% ante
julho de 2016. Já os usados atingiram 271.812 vendas a crédito, alta de 14,1%
na mesma base de comparação.O levantamento é da B3, empresa operadora da Bolsa
de Valores, e a Cetip, depositária de títulos privados da América Latina.
Entre os automóveis leves, as unidades
novas avançaram 4,1% em julho, em relação ao mesmo mês de 2016, ao somarem
94.151 carros financiados. Já os autos leves usados cresceram 13,7%, na mesma
base de comparação, e totalizaram 249.204 unidades financiadas em julho.
Considerando as modalidades de
financiamento, o crédito direto ao consumidor (CDC) continua sendo a mais
utilizada pelos consumidores, com 349.941 veículos financiados em julho. Já o
consórcio recuou 4,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, com 61.554 unidades.
O prazo médio de financiamento de autos leves de quatro a oito anos de uso
aumentou de 42,8 para 43,3 meses em julho, em relação ao mesmo período de 2016.
Já o prazo para carros novos caiu de 37,4 para 36,8 meses, na mesma base de
comparação.
Fonte:O Dia
Fonte:O Dia
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