Financiamento é a modalidade mais usada na compra de
veículos
O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) se
mantém como a opção mais utilizada por quem quer adquirir um veículo. Segundo
um levantamento feito pela Brasil Bolsa Balcão (B3), na Bahia, o crescimento
chegou a 18% levando em consideração os meses de janeiro a julho deste ano, em
comparação com o mesmo período de 2016. Ao todo foram 38.621 mil veículos
seminovos financiados.
Em seguida, os consócios respondem pela
segunda linha com crescimento chegando a 8%, também tendo como base o mesmo
recorte. Entre os mais financiados estão o Volkswagen Gol, Fiat Palio, Fiat
Uno, Volkswagen Fox e o Chevrolet Celta. “Historicamente, o CDC sempre foi a
modalidade de crédito mais relevante. Na Bahia, essa representação responde por
70% na compra de veículos usados”, analisa o superintendente de Relações
Institucionais da B3, Marcus Lavorato.
O cenário estimula as instituições
financeiras a agilizar a liberação de crédito e a redução de burocracia na
tentativa de atrair consumidores, sobretudo, os que retardaram a aquisição ou
troca do carro por conta da crise. Líder
de mercado, o Banco Santander financiou no estado neste primeiro semestre
30.098 mil unidades de seminovos, aumento de 17,8% em relação ao ano passado.
“Atualmente, o cliente dá 30% de
entrada, muitas vezes utilizando o carro anterior e financia o restante. A
crise fez com que uma parte significativa da população perdesse o preconceito
com seminovo, mostrando que este segmento pode ser um bom negócio”, analisa o
diretor da Santander Financiamentos, André Novaes.
“Para garantir a liderança, desde
dezembro do ano passado, o Santander digitalizou todo o processo de análise de
crédito e a partir deste mês passa a disponibilizar a assinatura digital do
contrato”, acrescenta Novaes. “Antes
tínhamos um processo de 108 campos de informações e mais todo aquele papel para
decidir se liberava ou não o crédito. Agora isso é feito com apenas quatro
informações para que o financiamento
seja pré-aprovado em questão de segundos”.
O mercado de crédito no setor automotivo
vem apresentando crescimento também no Itaú. No primeiro semestre deste ano, o
banco concedeu R$ 121 milhões para financiamento de veículos, tanto novos
quanto seminovos na Bahia. De acordo com a instituição, o valor médio destas
operações foi de R$ 28,5 mil, com prazo médio de financiamento de 41 meses e
percentual médio de entrada de 44%.
“Os seminovos estão crescendo mais
rápido e com mais força que os novos. A busca pelo financiamento de usados é três vezes maior do
que para o carro novo e o banco está atento a isso”, pontua o diretor do Itaú
Unibanco, Rodnei Bernardino de Souza.
Antes de decidir
Ainda que adquirir um carro seja o sonho
de muita gente – à vista então, nem se fala - quando o assunto é comprometer o
orçamento com mais uma despesa vai ser preciso estudar qual a melhor maneira de
pagar por este bem, como orienta a técnica da Proteste Associação de
Consumidores Renata Pedro.
“Sem as finanças no lugar, nada de
carro. Antes de decidir comprar um é necessário ter em mente qual o seu poder
de pagamento. Então, a partir daí é pesquisar muito: buscar preços, condições
tanto nas lojas como também nos bancos e não fechar negócio no primeiro lugar”,
recomenda.
A especialista reforça a importância de colocar todas as opções no
papel antes de decidir. “Pagar à vista só vai ser vantagem caso o consumidor
tenha dinheiro para isso e se esse valor não vai fazer falta. Não dá para
torrar todas suas economias em um carro novo e comprometer a reserva de
emergência. Também não vale a pena contratar um empréstimo pessoal porque as
taxas são muito maiores do que as ofertadas em linhas de crédito específicas
para financiamentos automotivos”.
Quanto ao consórcio, Renata lembra que a
carta de crédito não contempla uma solução para quem precisa adquirir um carro
de imediato. “Não há como prever quando será esse sorteio. Quando for
finalmente sorteado, talvez aquela carta de crédito não corresponda mais ao
valor do carro que deseja. Se a compra pode esperar, é melhor investir esse
dinheiro em um ativo que vai proporcionar um retorno maior a longo prazo”,
alerta.
E se a escolha for mesmo por financiar o
veículo, não basta apenas conferir os juros e as parcelas. O consumidor deve
ficar atento ao Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, que mostra as taxas
inclusas, além dos juros, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tarifa de
cadastro e seguros. “Quanto menor esse
custo, melhor para o consumidor. A gente sempre fica muito preocupado com os
juros, mas a taxa que leva em consideração todos os encargos do financiamento é
o CET”.
Outras despesas
Independente da linha de crédito
escolhida, o educador financeiro Edval Landulfo aconselha que seja colocado na
mesma conta, todo custo que envolve o automóvel, como os gastos com impostos,
seguro, manutenção e combustível.
“Não compre apenas por impulso para
evitar endividamentos futuros ou a devolução do bem. É prudente colocar numa
planilha esse custo total para verificar esse comprometimento mensal que não
deve ultrapassar 30% da sua renda já somados com outras dívidas”, destaca
Landulfo.
Evite prazos longos, acima de 48 meses –
quanto maior o prazo, maior também será o custo do crédito. “Crie o hábito de conhecer a taxa de juros
efetiva da sua operação, além de somar todas as parcelas que serão pagas junto
com a entrada, e descubra o valor final que será pago, antes de assinar o
contrato”, acrescenta.
VAI FINANCIAR?
Poupe para a entrada: Ao optar por um financiamento, faça uma boa reserva capaz
de garantir a maior entrada possível. Quanto mais alta, melhores serão as
chances de negociar descontos e facilidades nas parcelas. Caso a opção seja
contratar um CDC junto ao banco, após o valor ser depositado tente negociar a
compra do carro à vista e barganhar ao máximo. Compare preços, condições e
propostas antes de decidir.
Pesquise bastante o CET: E por falar em
Custo Efetivo Total, este é outro ponto que vai exigir um cuidado maior do
consumidor que pretende financiar o veículo. O levantamento feito pela Proteste
Associação de Consumidores encontrou variações significativas para o mesmo
modelo de carro. Utilize ferramentas disponíveis na internet que podem ajudar
na comparação de financiamento e pesquise bastante o CET. Quanto menor, mais em conta vai ser o valor
que você vai pagar pelo carro.
Custos extras:
Ao assumir um financiamento, analise todos os gastos com a nova aquisição. Isso porque há outros custos envolvidos na
manutenção de um carro. Além da prestação, leve em conta, por exemplo, o
Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA), seguro, combustível e eventuais
consertos como as revisões previstas no manual do carro e que são obrigatórias
para validade da garantia.
CONDIÇÕES NOS PRINCIPAIS BANCOS
Banco do Brasil:
O Banco do Brasil tem taxas reduzidas para a contração do crédito por meio do
aplicativo BB Crédito Mobile. A taxa mínima é de 1,19% ao mês e varia de acordo
com o relacionamento do cliente com o banco, ano de fabricação do veículo,
percentual de entrada e prazo de financiamento. De acordo com o perfil do
cliente, a aprovação é imediata. Depois, basta tirar uma foto do documento do
veículo e enviar pelo aplicativo para disponibilização do contrato no próprio
celular.
Bradesco:
O banco financia até 100% do veículo com prazo de até 60 meses para pagar. A
primeira parcela pode ser paga em até 62 dias. É possível fazer a simulação e
ter acesso à taxa de juros e ao Custo Efetivo Total do financiamento em
www.bradesco.com.br.
Caixa Econômica:
O Crédito Auto Caixa permite o financiamento de até 80% do valor do veículo,
com taxas de juros prefixadas a partir de 1,24% ao mês. O prazo para pagar é de
até 60 meses e ainda tem a possibilidade de adiar o pagamento de uma prestação
por ano.
Itaú:
O financiamento de acessórios e serviços é outra opção que o banco também
dispõe. Ele permite a inclusão de até
10% do valor do carro para custear peças e serviços como despachante, revisão
programada, manutenção, banco de couro, rastreador/localizador, entre outros.
Santander:
O financiamento de veículos possibilita que você financie até 100% do valor do
veículo com até 60 meses para pagar. Por meio do aplicativo do banco é possível
ter o crédito aprovado em até 5 minutos.
O Banco, inclusive, dá até 59 dias para pagar a primeira parcela. Podem ser
financiados veículos com até 10 anos de fabricação.
Fonte: Correio 24Horas