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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Veículos: novos caem e usados aceleram

O velocímetro das vendas de veículos novos no Rio Grande do Norte não marcou aceleração neste início de ano. O total de emplacamentos em março – um termômetro do mercado – foi 56% menor do que o registrado no mesmo mês de 2016, um recuo maior que os do Nordeste (-19,07%) e do Brasil (-3,84%).

No primeiro trimestre, a queda do estado também foi mais expressiva: ficou em 35,17%, enquanto no país foi de 10,81% e na região de 23,80%. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) que, em âmbito nacional, apontou o possível agente causador da diminuição das vendas: juros altos. Na contramão da crise, o mercado potiguar de seminovos comemora com números positivos e aceleração constante.



Os dados da Fenabrave mostram que as quedas mais expressivas ocorrem nos segmentos de motos e ônibus. No primeiro trimestre, porém, houve redução no emplacamento de todas as categorias de veículos.

Para o economista Aldemir Freire, não somente a taxa de juros, mas uma função de fatores contribuiu para a queda das vendas de automóveis zero quilômetro no Rio Grande do Norte. “Além de juros altos, podemos citar: maiores dificuldades impostas pelos bancos na hora de financiar; aumento do desemprego; queda da massa de rendimento real; nível elevado de endividamento das famílias, maior cautela das famílias em entrar em financiamentos caros e de longo prazo dadas as incertezas da economia e os riscos de desemprego”, analisou.
Dados divulgados pelo Sindicato dos concessionários e Distribuidores de veículos (Sindondiv/RR) apontam que as vendas de “auto e comerciais levas” registrou queda de 1,20% no primeiro trimestre deste ano. O percentual, considerado baixo pelo economista, é de um indicativo de que “em 2017 as vendas de veículos novos no Rio Grande do Norte parem de cair ou até tenham um leve aumento”.

O presidente locas do Sincondiv RN, Arnon César, foi procurado para comentar os números e a dinâmica de vendas do setor mas informou que só teria disponibilidade para entrevista na próxima semana. O assessor jurídico da entidade, Marcelo Macedo, também foi procurado, mas declarou que as informações constantes nos portais da Fenabrave e Sincondiv eram suficientes para embasar a reportagem.

Seminovo

Sem recursos em caixa e com receio de taxas de juros nas concessionárias de veículos novos, o jornalista Reginaldo Bezerra filho viu, no mercado de seminovos, a solução para viabilizar a troca do seu veículo.

“Eu não tinha recursos de reserva que viabilizassem a entrada de um veículo novo, zero quilômetro. Eu só consegui comprar uma motocicleta nova e acabei vendendo para dar entrada num carro usado, por questões de segurança. Ano passado, eu decidi trocar o carro e, mais uma vez, recorri a um seminovo” , relatou.

Pesquisar o produto, comparar preços e linhas de financiamento foram medidas adotadas antes de efetivar a transação comercial.



“Eu procurei, então, um carro conservado, seminovo, mais novo do que o que eu já tinha. Achei um com baixa quilometragem, bem conservado, de procedência e comprei. A antiga dona só usava para ir trabalhar e o carro estava novinho, mesmo sendo de 2013. Não me arrependo. O veículo correspondeu à minha expectativa e eu não consigo perceber que ele não é zero quilômetro, que eu já comprei de outra pessoa”, relatou.

Sobre a taxa de juros e o valor da parcela, Reginaldo Filho disse que buscou negociar o recebimento do antigo veículo como entrada e, o valor da diferença, financiar.


“Fiz cálculos, consultei pessoas que entendem dessas questões de juros e decidi financiar em 36 vezes. As parcelas são relativamente altas, mas cabem no meu orçamento. Optei por menos parcelas para não pagar um excedente maior. O comprador tem que ficar atento a isso”, diz.

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