O velocímetro
das vendas de veículos novos no Rio Grande do Norte não marcou aceleração neste
início de ano. O total de emplacamentos em março – um termômetro do mercado –
foi 56% menor do que o registrado no mesmo mês de 2016, um recuo maior que os
do Nordeste (-19,07%) e do Brasil (-3,84%).
No primeiro
trimestre, a queda do estado também foi mais expressiva: ficou em 35,17%,
enquanto no país foi de 10,81% e na região de 23,80%. Os dados são da Federação
Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) que, em âmbito
nacional, apontou o possível agente causador da diminuição das vendas: juros
altos. Na contramão da crise, o mercado potiguar de seminovos comemora com
números positivos e aceleração constante.
Os dados da
Fenabrave mostram que as quedas mais expressivas ocorrem nos segmentos de motos
e ônibus. No primeiro trimestre, porém, houve redução no emplacamento de todas
as categorias de veículos.
Para o
economista Aldemir Freire, não somente a taxa de juros, mas uma função de
fatores contribuiu para a queda das vendas de automóveis zero quilômetro no Rio
Grande do Norte. “Além de juros altos, podemos citar: maiores dificuldades
impostas pelos bancos na hora de financiar; aumento do desemprego; queda da
massa de rendimento real; nível elevado de endividamento das famílias, maior
cautela das famílias em entrar em financiamentos caros e de longo prazo dadas
as incertezas da economia e os riscos de desemprego”, analisou.
Dados divulgados
pelo Sindicato dos concessionários e Distribuidores de veículos (Sindondiv/RR)
apontam que as vendas de “auto e comerciais levas” registrou queda de 1,20% no
primeiro trimestre deste ano. O percentual, considerado baixo pelo economista,
é de um indicativo de que “em 2017 as vendas de veículos novos no Rio Grande do
Norte parem de cair ou até tenham um leve aumento”.
O presidente
locas do Sincondiv RN, Arnon César, foi procurado para comentar os números e a dinâmica
de vendas do setor mas informou que só teria disponibilidade para entrevista na
próxima semana. O assessor jurídico da entidade, Marcelo Macedo, também foi
procurado, mas declarou que as informações constantes nos portais da Fenabrave
e Sincondiv eram suficientes para embasar a reportagem.
Seminovo
Sem recursos em
caixa e com receio de taxas de juros nas concessionárias de veículos novos, o
jornalista Reginaldo Bezerra filho viu, no mercado de seminovos, a solução para
viabilizar a troca do seu veículo.
“Eu não tinha
recursos de reserva que viabilizassem a entrada de um veículo novo, zero
quilômetro. Eu só consegui comprar uma motocicleta nova e acabei vendendo para
dar entrada num carro usado, por questões de segurança. Ano passado, eu decidi
trocar o carro e, mais uma vez, recorri a um seminovo” , relatou.
Pesquisar o produto,
comparar preços e linhas de financiamento foram medidas adotadas antes de
efetivar a transação comercial.
“Eu procurei,
então, um carro conservado, seminovo, mais novo do que o que eu já tinha. Achei
um com baixa quilometragem, bem conservado, de procedência e comprei. A antiga
dona só usava para ir trabalhar e o carro estava novinho, mesmo sendo de 2013.
Não me arrependo. O veículo correspondeu à minha expectativa e eu não consigo
perceber que ele não é zero quilômetro, que eu já comprei de outra pessoa”,
relatou.
Sobre a taxa de
juros e o valor da parcela, Reginaldo Filho disse que buscou negociar o
recebimento do antigo veículo como entrada e, o valor da diferença, financiar.
“Fiz cálculos,
consultei pessoas que entendem dessas questões de juros e decidi financiar em
36 vezes. As parcelas são relativamente altas, mas cabem no meu orçamento.
Optei por menos parcelas para não pagar um excedente maior. O comprador tem que
ficar atento a isso”, diz.
Achei um multimarcas top.
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