Entre 2015 e
2016 a frota total da RPT aumentou 3,24%; a cidade que mostrou menor evolução
foi Santa Bárbara d’Oeste
A crise
econômica que começou a se agravar no país em 2014, e ganhou força nos anos
seguintes, refletiu no crescimento da frota de veículos da RPT (Região do Polo
Têxtil). Conforme dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito),
divulgados nesta semana, no último triênio, o aumento da frota foi menor a cada
ano, e segundo especialistas, isso reflete a insegurança dos consumidores, que
acabam apostando em carros usados ao invés do zero-quilômetro.
De acordo com os
dados, entre 2015 e 2016, a frota total cresceu 3,24% na RPT. Foram 51 novos
veículos por dia ao longo do ano passado circulando pela malha viária regional.
Mesmo sendo um número elevado, na comparação de 2014 com 2015, o crescimento
havia sido maior: 4,19% (64 novos veículos por dia). No ano anterior, a
diferença é ainda maior, já que o aumento da frota foi de 5,86% (85 novos
veículos por dia).
A cidade que
menos aumentou a frota em 2016 foi Santa Bárbara d’Oeste, com 1,95% de
elevação. Em seguida vem Americana, com 2,24%. Na RPT, em 2016, a frota total
fechou em 601.321 veículos, ante 582.419 em 2015.
Na Região do
Polo Têxtil, em 2016, a frota total fechou em 601.321 veículos, ante 582.419 no
ano anterior
Segundo
economistas ouvidos pelo LIBERAL, o agravamento da crise econômica, e a diminuição
do crescimento da frota não são coincidências. Para o doutor em economia e
professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Paulo Ferreira Barbosa, são tempos
de insegurança.
“Sem dúvida, com
a crise de 2014, 15 e 16, há impacto na indústria automobilística, tanto que
houve muitas demissões. As pessoas deixam de trocar por estarem inseguras no
emprego, não querem assumir dívida. As pessoas começam o projeto de baixo pra
cima, quando ele começa a subir, ele vai comprar o automóvel, terreno, a casa.
No caso de uma crise, é ao contrário, ele começa primeiro cortando o que a
gente chamaria de supérfluo, o automóvel. Aquele camarada que troca de carro a
cada um ou dois anos, deixa de trocar, ele adia”, afirmou.
De acordo com o
professor de economia da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba),
Francisco Crócomo, esse cenário tem feito com que as pessoas busquem carros
usados, e isso diminui a venda de carros novos. “As pessoas preferem ficar com
o carro antigo, comprar um usado, porque conseguem mesmo comprar se estiverem
trabalhando no mercado informal. Na crise, a coisa complica, as grandes
companhias com carros mais caros estão tentando atingir as classes mais altas,
então eles tentam vender os carros mais caros, em menor número, mas com preço
maior, assim mantém o lucro”, disse o professor.
HORTOLÂNDIA. Na contramão das outras
cidades da região, Hortolândia foi a cidade em que a frota mais cresceu, com
elevação acima da média dos anos anteriores, na casa dos 6,55%. O município
fechou 2016 com 102.512 veículos, contra 96.202, em 2015. Apesar de ter
assumido o cargo de secretário de Mobilidade Urbana da cidade em janeiro deste
ano, Atílio André Pereira, afirmou que os números refletem a situação
aquisitiva dos moradores da cidade, que ainda continuam com poder de compra,
principalmente por conta do grande número de empresas ativas no município.
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