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terça-feira, 7 de março de 2017

Crise econômica freia crescimento da frota na região, mostra Denatran

Entre 2015 e 2016 a frota total da RPT aumentou 3,24%; a cidade que mostrou menor evolução foi Santa Bárbara d’Oeste

A crise econômica que começou a se agravar no país em 2014, e ganhou força nos anos seguintes, refletiu no crescimento da frota de veículos da RPT (Região do Polo Têxtil). Conforme dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), divulgados nesta semana, no último triênio, o aumento da frota foi menor a cada ano, e segundo especialistas, isso reflete a insegurança dos consumidores, que acabam apostando em carros usados ao invés do zero-quilômetro.

De acordo com os dados, entre 2015 e 2016, a frota total cresceu 3,24% na RPT. Foram 51 novos veículos por dia ao longo do ano passado circulando pela malha viária regional. Mesmo sendo um número elevado, na comparação de 2014 com 2015, o crescimento havia sido maior: 4,19% (64 novos veículos por dia). No ano anterior, a diferença é ainda maior, já que o aumento da frota foi de 5,86% (85 novos veículos por dia).

A cidade que menos aumentou a frota em 2016 foi Santa Bárbara d’Oeste, com 1,95% de elevação. Em seguida vem Americana, com 2,24%. Na RPT, em 2016, a frota total fechou em 601.321 veículos, ante 582.419 em 2015.

Na Região do Polo Têxtil, em 2016, a frota total fechou em 601.321 veículos, ante 582.419 no ano anterior



Segundo economistas ouvidos pelo LIBERAL, o agravamento da crise econômica, e a diminuição do crescimento da frota não são coincidências. Para o doutor em economia e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Paulo Ferreira Barbosa, são tempos de insegurança.

“Sem dúvida, com a crise de 2014, 15 e 16, há impacto na indústria automobilística, tanto que houve muitas demissões. As pessoas deixam de trocar por estarem inseguras no emprego, não querem assumir dívida. As pessoas começam o projeto de baixo pra cima, quando ele começa a subir, ele vai comprar o automóvel, terreno, a casa. No caso de uma crise, é ao contrário, ele começa primeiro cortando o que a gente chamaria de supérfluo, o automóvel. Aquele camarada que troca de carro a cada um ou dois anos, deixa de trocar, ele adia”, afirmou.

De acordo com o professor de economia da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Francisco Crócomo, esse cenário tem feito com que as pessoas busquem carros usados, e isso diminui a venda de carros novos. “As pessoas preferem ficar com o carro antigo, comprar um usado, porque conseguem mesmo comprar se estiverem trabalhando no mercado informal. Na crise, a coisa complica, as grandes companhias com carros mais caros estão tentando atingir as classes mais altas, então eles tentam vender os carros mais caros, em menor número, mas com preço maior, assim mantém o lucro”, disse o professor.


HORTOLÂNDIA. Na contramão das outras cidades da região, Hortolândia foi a cidade em que a frota mais cresceu, com elevação acima da média dos anos anteriores, na casa dos 6,55%. O município fechou 2016 com 102.512 veículos, contra 96.202, em 2015. Apesar de ter assumido o cargo de secretário de Mobilidade Urbana da cidade em janeiro deste ano, Atílio André Pereira, afirmou que os números refletem a situação aquisitiva dos moradores da cidade, que ainda continuam com poder de compra, principalmente por conta do grande número de empresas ativas no município.


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